sábado, 26 de novembro de 2011

A repercussão da Amnésia Botocuda


 No dia 09 de novembro foi publicado no site da Revista de História da Biblioteca Nacional o artigo “Amnésia botocuda” e o Centro de Memória de Ponte Nova escrito pelo pontenovense Luiz Gustavo Santos Cota e pode ser lido na integra através do link http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/amnesia-botocuda-e-o-centro-de-memoria-de-ponte-nova . Esse artigo não passou desapercebido pelos governantes pontenovenses, em especial pelo secretário da cultura, rendendo uma matéria no jornal local Folha de Ponte Nova cujo destaque foi a avaliação do secretário de cultura Gilson Oliveira do conteúdo do artigo de Luiz Gustavo. Leia a matéria na integra logo abaixo:



   O título da matéria não está à altura da discussão gerada pelo artigo de Luiz Gustavo. Uma discussão levantada por um artigo publicado numa revista conceituada e de circulação nacional merecia mais que o título simplista e porque não medíocre de Memória de PN: professor acusa e secretário de Cultura responde. O título é sensacionalista e leva ao leitor à espera de um espetáculo de baixaria, quase as cenas teatrais do quadro Exame de DNA do Ratinho. Essa expectativa é rapidamente frustrada ao se iniciar a leitura da matéria. Contudo, ela está lá e cá entre nós não revela em nada o tom sério da discussão. 
     Deixemos essa discussão para o próximo post. Gostaria aqui de falar sobre os comentários feitos pelo secretário de cultura ao artigo de Luiz Gustavo. Sinceramente, este tipo de resposta dada pelo Secretario de Cultura de Ponte Nova não me surpreende. Estamos lidando com uma visão política arcaica em Ponte Nova, incapaz de compreender que estudos como o de Luis Gustavo Santos Cota visam chamar atenção para questões que devem ser resolvidas e não encaradas como ataque fruto de um sentimento de "amargura" e "recalque". Quando em Ponte Nova houve alguém preocupado em promover um reflexão sobre nossa cultura e nossa história? Temos uma geração de pontenovenses que reflete sobre as questões políticas e sociais da cidade, quando isso aconteceu? Os governantes não vêem a oportunidade de se estabelecer um espaço democrático de debate, mas inimigos, os quais acreditam ser uma nova corja que surge para tomar-lhes o poder. Quanta ignorância! As pessoas em Ponte Nova como na maior parte do país, pensam que contribuições positivas são aquelas que chegam revestidas por elogios, que procuram como o Cândido do Voltaire, ver sempre o lado bonito, feliz e positivo das coisas. Esquecem que a crítica é o real instrumento de modificação, pois exige que uma reflexão seja feita, que um problema seja identificado e que novos caminhos sejam apontados afim de resolvê-lo. Em Ponte Nova as pessoas parecem acreditar que contribuição significa preservar, não criticar, e se sentem ofendidas, levam pro lado pessoal o debate político que visa o bem comum, portanto, público e não particular. Visão embaralhada da prática política, que visa a satisfação pessoal e não garantir o bem comum a todos os cidadãos. Esse tipo de visão é uma característica de uma forma de governo autocrática que não reconhece erros e não sabe lidar com suas próprias falhas. Falam de democracia, mas esquecem que uma atividade política democrática significa ouvir posições contrárias, estar aberto a lidar com os problemas que porventura possam ser identificados pelos cidadãos que chamam pra si a responsabilidade sobre as decisões políticas de sua cidade, estado ou país. Quando os governantes, que esquecem que na verdade nos representam nos espaços consagrados às decisões políticas, consideram apenas a si mesmos como agentes políticos e portanto como únicos a serem capazes de questionar e dizer o que está certo e o que está errado na sociedade, a democracia já não existe. E sendo está a visão política que impera em Ponte Nova, só podemos esperar respostas evasivas, ignorantes e anti democráticas como está direcionada ao seu trabalho. Mais uma vez parabenizo Luis Gustavo Cota pelo artigo que procura gerar um debate importante sobre o tratamento político dado à questão histórico-cultural de nossa cidade. Que este seja apenas um dos muitos trabalhos que estão por vir.












terça-feira, 8 de novembro de 2011

As Olimpíadas Municipais de 2012

                       2012 é ano de Olimpíadas, pelo balanço da participação dos atletas brasileiros no Pan Americano de Guadalajara este ano teremos bons resultados em Londres no próximo ano. Além das Olimpíadas outra disputa acontecerá em 2012, a corrida por votos pelos candidatos que concorrerão à cargos públicos municipais nas modalidades Vereador e Prefeito. Os resultados dessa disputa afetarão diretamente a vida dos habitantes das cidades ao longo dos próximos quatro anos, portanto devemos começar a refletir sobre as eleições o quanto antes. Isso porque um fenômeno bastante raro, que ocorre de três em três anos, ocasionado pelos governistas, surge com muita força: a execução de obras populares em larga escala.
            Geralmente as gestões municipais relapsas deixam os problemas acumularem ao longo dos anos de sua administração, para que nos anos ou meses finais de seus mandatos possam executar certas obras que darão à população a sensação de que os problemas estão sendo resolvidos, que a administração atual é competente e preocupada com o bem do povo. Contudo parte dos problemas são resolvidos, apenas aqueles mais emergenciais, que aliás poderiam ter sido solucionados há muito mais tempo. Por estarmos presos ao presente, acabamos apoiando nossos critérios de julgamentos nos acontecimentos ressentes, deixando para trás, perdidos nos porões da memória as situações passadas. Realizando esse tipo de manobra, os governantes fortalecem seus argumentos, persuadem a população com fatos recentes encobrindo dos descasos do passado.
            Infelizmente não voto na cidade em que nasci, Ponte Nova, mas na cidade que escolhi para morar desde 2000, Salvador. Contudo, acompanhei ao longo da última década a vida política de Ponte Nova. A administração atual é marcada por críticas bastante fortes por parte da população, insatisfeita pela demora de conclusão de alguns trechos da Beira Rio, danificados pela última enchente que devastou o município em 2008. Ano passado uma manifestação organizada por alguns cidadãos pontenovenses “comemora” os dois anos da obra que deveria ter sido realizada num período de 180 dias (6 meses) como mostra a foto abaixo, mas que se arrastava há dois anos.



            A obra foi concluída este ano, muito tempo depois da data prevista de sua conclusão oficial. A foto está aí para que não esqueçamos que as dificuldades que vividas durante dois anos e meio poderiam ter sido evitadas se o prazo de execução da obra fosse cumprido. Ironicamente o ano de sua conclusão antecede o ano das eleições municipais, 2012.
Soma-se a este problema outro que há anos atormentava os moradores da “Beira Linha” na Vila Centenário. A rua Ernesto Trivelato que dá acesso aos ônibus ao Terminal Rodoviário de Ponte Nova aflige a população local desde sua inauguração. A falta de manutenção da rua causou a deterioração do calçamento de pedra, revestimento facilmente danificado pelas chuvas e pelos ônibus, mostrando a imcompetencia dos orgãos responsáveis em não perceber a inadequação deste tipo de revestimento ao transito de veículos de médio e grande porte.
O deterioramenteo do calçamento tornou ainda mais difícil o transito no local, pois em tempos de chuva formava-se um lamaçal que ainda por cima preparava armadilhas para os motoristas encobrindo os buracos. Durante os periodos de estiagem uma constante nuvem de poeira afetava a saúde das pessoas que residem no local, além de acumular poeira no interio de suas casas danificando movéis, eletrodomesticos e sujado a fachada e as parede internas das casas.  
            Escrevo sobre o problema no passado pelo fato de a Prefeitura Municipal de Ponte Nova ser acometida de um raro momento de lucidez e ter asfaltado a Rua Ernesto Trivelato. No perfil do facebook da Prefeitura Municipal de Ponte Nova encontramos o seguinte texto sobre a obra que foi feita para solucionar o problema:
Asfaltamento da Ernesto Trivelato provoca valorização imobiliária

A Prefeitura de Ponte Nova finaliza nesta quarta-feira 9/11, o asfaltamento da rua Ernesto Trivelato, na Chácara Vasconcelos, interligando a rua João Alves de Oliveira ao Terminal Rodoviário. A obra faz parte do conjunto de benfeitorias realizadas desde o bairro da Rasa, toda a extensão da rua João Alves de Oliveira até a Rodoviária Nova com orçamento inicial de R$ 544.199,03. Os recursos financeiros são provenientes da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, SETOP/MG e foram obtidos mediante emenda parlamentar do deputado estadual Bráulio Braz, atual secretário de Estado de Esportes e Juventude de Minas Gerais. 
Ricardo Murad Semião, Diretor-Geral do Dmaes, autarquia municipal que se localiza naquela via pública, avalia de forma muito positiva os trabalhos de modernização da via publica: “O fluxo de pessoas que procuram o Dmaes é muito grande. A partir de agora haverá muito mais conforto e as pessoas ficarão mais satisfeitas. A valorização de terrenos e imóveis no entorno da rua será muito grande. E devemos acrescentar que esta rua será muito utilizada para desafogar o trânsito de outras importantes ruas”, disse.
            Se você mora ou conhece alguém que vive na Rua Ernesto Trivelato, Rua Beira Linha e adjacências sabe que algumas informações estão faltando na postagem da Prefeitura Municipal de nossa querida Ponte Nova. Eles não mencionam a manifestação realizada pelos moradores em setembro deste ano que num ato de indignação quanto ao descaso do poder público pontenovense interditou a rua a fim de chamar atenção para à situação. Conversei via internet com alguns moradores da rua que antes de impedirem a passagem dos veículos procuraram a prefeitura para conversar sobre o transtorno causado pela nuvem de poeira levantada pelos veículos que transitam por ali. Foi estipulado um prazo de quinze dias para solução do problema, que caso não fosse resolvido, avisaram os moradores, resultaria na interdição da rua por parte dos mesmos. Adivinhem o que aconteceu, isso mesmo, o prazo não foi cumprido pela prefeitura e os moradores foram obrigados a realizar a interdição da rua. O jornal Folha de Ponte Nova noticiou a manifestação que recebeu destaque na primeira página:



            Abaixo os comentários que alguns moradores postaram na página da prefeitura no facebook na referida postagem:
Mike Douglas Meio KM de asfalto, demoraram uma eternidade pra terminar... ( e ainda acham que é mérito deles ). Isso se chama obrigação, de quem tem uma cidade pra gerenciar, além de que essa "verba" saiu junto da "verba" p/ as obras no bairro da RAZA, engraçado, o asfalto lá já está até velho!!!! ARRRRG'
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Vitor Coelho é isso aí....não tem como justificar.....e agora vem dizer que este asfaltamento vai trazer valorização imobiliaria, beneficios, etc e tal...se iria trazer tanta coisa boa assim pq então só depois do povo cair em cima e exigir seus direitos é que esta chamada obra saiu? Foram anos, anos e mais anos vivendo na poeira e esperando, esperando e esperando....
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Natalia Delgado Kkkk os moradores q não correm atras pra vê se esse asfalto saia.

Zi Lopes Prefeitura Ponte Nova MG,deixa eu te perguntar,tem alguma previsão do asfalto da rua carangola,como que ta o andamento,desde ja agradecida.
A resposta dada  pelos responsáveis pelo perfil no facebook foi a seguinte:

Prefeitura Ponte Nova MG Caro Mike, e a quem interessar possa, o Governo Municipal é ciente de suas obrigações formais, e informais, regidas pelas diversas leis e regras de convivêcia social. Independente do nivelamento das ponderações as ações municipais são feitas de maneira sistemática obedecendo-se diretrizes e normas que regem a administração público. Infelizmente, por questões diversas, muitas fora do controle do administrador municipal, um projeto/ planejamento sofre alterações com atrasos em seus prazo de execução. Os gestores da Prefeitura e servidores municipais não trabalham com o objetivo de errar, de trazer transtorno para a população. Pedimos desculpas a você, seus familiares e amigos, por qualquer tipo de falha ou transtorno/atraso que tenha causado prejuízo, transtorno. Você pode não concordar ou não, o que é direito seu, mas tanto a atual administração quanto a anterior, tem méritos em lutar e ter lutado com sucesso na captação de mais recursos financeiros no Estado e na União, fortalecendo o erário municipal.O orçamento sozinho da Prefeitura não daria condições para tantas obras que vêm sendo realizadas ao longo dos últimos anos. Grato pelo contato.
há 8 horas · Curtir

            Ao longo de mais de dois anos e meio de mandato a prefeitura alega não ter em seus cofres recursos que pudessem ser destinados à esta obra. Estranha essa alegação haja vista a simplicidade da obra, asfaltar uma rua, que não é qualquer rua segundo a própria postagem da prefeitura, pois a própria prefeitura alega na postagem a importância da revitalização da mesma visto que vai melhor o acesso à rodoviária por parte dos morados de bairros como Triângulo, Triângulo Novo e Raza, além de melhorar o acesso de toda população à DEMAES (Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento de Ponte Nova). Se a obra era considerada tão importante e traria tantas vantagens à população, por que sua execução não foi priorizada pela administração municipal? Por que apenas após o protesto dos moradores ela foi realizada? Será que o asfaltamento da Rua Ernesto Trivellato seria feita caso não estivéssemos às vésperas de um ano eleitoral em que o atual prefeito tentará se reeleger?
            Essas questões surgem pelo fato de que a obra da Beira Rio, mesmo com protesto realizado pela população no ano passado2010, como mostra a foto abaixo, não foi solucionada de imediato, mas apenas este ano, em 2011. Não é estranho esse interesse da prefeitura em finalizar obras, em atender quase que de imediato as reivindicações da população, como no caso dos moradores da “Beira Linha”?







Manifestação dos Moradores: interdição da Rua Ernesto Trivellato.

Manifestação dos Moradores: interdição da Rua Ernesto Trivellato.
Asfaltamento da Rua Ernesto Trivellato: Preocupação
com a situação difícil dos morados ou investimento
na reeleição em 2012?

Asfaltamento da Rua Ernesto Trivellato: Preocupação
com a situação difícil dos morados ou investimento
na reeleição em 2012?

Asfaltamento da Rua Ernesto Trivellato: Preocupação
com a situação difícil dos morados ou investimento
na reeleição em 2012?