quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ponte Nova participa do Projeto Minas Território da Cultura



          Faz algumas semanas recebi um email do secretário de cultura e turismo de Ponte Nova Emerson de Paula solicitando que fosse divulgada a inclusão de Ponte Nova no Projeto Minas Território da Cultura. Temos que valorizar projetos como esse, que devem ter prescedência em relação à contratação dos chamados "shows de artistas fammosos". Isso porque projetos dessa natureza mais do que apenas entreter as pessoas, as informam, permitem que formem um senso artístico, oferecem aos artistas da cidade a oportunidade de se aperfeiçoarem além de interagirem com artistas de outras regiões de Minas. A arte como negócio, como puro entretenimento não deve ser a prioridade da Secretaria da Cultura, eventos desse tipo combinam mais com a iniciativa privada, cujo objetivo é lucrar com os tais "shows de artistas famosos". O compromisso da Secretaria de Cultura e Turismo é com o fortalecimento da cultura pontenovense, o que significa dentre outras coisas, mostrar às pessoas que arte não é sinônimo de entretenimento e que há em nossa cidade grandes artistas. Tenho pra mim que o principal objetivo da secretaria de cultura e turismo é promover a educação artística do povo pontenovense e projetos como esse mostram ser essa a intenção da secretaria de cultura. Abaixo mais informações e programação da etapa do projeto a ser realizada em Ponte Nova.


            De 24 a 27 de Abril Ponte Nova sediará a edição do Projeto Minas Território da Cultura que é um programa de regionalização e descentralização das políticas culturais no Estado de MG. O projeto criado pela Secretaria de Estado da Cultura promoverá espetáculos, palestras e oficinas em várias cidades mineiras.

            Ponte Nova torna-se um pólo dessa ação na Zona da Mata e receberá seguinte programação:

- Oficina de Empreendedorismo Cultural
Data: 24 a 26 de abril
Horário: 19 h
Local: Auditório ACIP/CDL (Praça Getúlio Vargas, 19, Centro)
Público-Alvo: Pessoas ligadas a produção cultural com idade mínima de 16 anos

- Oficina de Prática de Canto Coral (Percepção Artística)
Data: 25 a 27 de abril
Horário: 19 h
Local: Studio de Artes Núcleo de Danças Núcleo de Danças (Avenida Dr. Otávio Soares, 401 – 3º andar – Palmeiras)
Público-Alvo: Pessoas interessadas em canto com idade mínima de 16 anos

- Show SESC Chorinho e Samba na Praça
Local: Centro Histórico
Horário: 21 h
Dia: 27/04
Obs.: Poderão participar nas oficinas pessoas de outras cidades.

As inscrições deverão ser feitas na Secretaria de Cultura e Turismo, de 8 às 18 h. Informações: 31-3817-3440

A série MSP 50, o selo Graphic MSP e o lançamento de Laços, segunda graphic novel do novo selo da Maurício de Souza Produções



          Em 2009 veio à luz a obra MSP 50Maurício de Souza Mais 50 em comemoração aos 50 anos de carreira do criador da Tuma da Mônica. A obra trazia os personagens de Maurício de Souza sob o traço e a ótica de 50 outros quadrinistas nacionais, alguns velhos conhecidos, outros, começando a colher os frutos dessa profissão. O sucesso desse primeiro volume deu origem a outros três: MSP + 50 lançada em agosto de 2010, MSP Novos 50 lançada em setembro de 2011 e finalmente Ouro da Casa lançada em agosto de 2012, esta expondo os traços e estilos dos desenhistas e roteiristas da Maurício de Souza Produções.
           Particularmente, achei incrível ver 200 versões diferentes para os personagens e suas histórias, há 50 anos sendo desenhados com as carcterísticas do seu criador. Lembro perfeitamente quando abri a MSP 50 na Livraria Cultura e vi Mônicas, Cebolinhas, Pitecos, Cascões, enfim, todo universo do Maurício de Souza redesenhado e reescrito ao gosto dos primeiros 50 artistas convidados a realizar essa empreitada. Os quadrinistas selecionados misturavam várias gerações desde Ziraldo, Angeli e Laerte, passando pelos nomes da nova geração do quadrinho nacional como os irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon e os Rafáeis: o Albuquerque, o Coutinho e o Grampá. Não esqueçamos de Mike Deodato  e do jovem João Montanaro. 
    
      Maurício de Souza gostou tanto da experiência que resolveu criar um novo selo, a Graphic MSP cujo objetivo é criar as histórias dos seus personagens no formato graphic novel convidando artistas independentes, tal qual fora realizado no projeto MSP. A primeira graphic novel lançada pelo selo foi a Astronauta - Magnetear escrita e desenhada por Danilo Beyruth. Vemos um Astronauta adulto perdido no espaço, enfrentando situações de extrema dificuldade afim de conseguir sobreviver e retornar à Terra. Danilo Beyruth foi um dos quadrinistas que fizeram parte do projeto MSP 50, ele desenhou e redigiu a história sobre a Turma do Penadinho na MSP + 50. A graphic Novel Astronauta - Magnetear foi lançada em brochura e capa dura e pode ser encontrada nas grandes livrarias, sites e em lojas especializadas em hqs.

          Contudo nosso objetivo com essa postagem é divulgar fotos da próxima graphic novel da Graphic MSP, trata-se de uma história sobre a Turma da Mônica com seus principais personagens Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. O título da GN é Laços e será escrita por Vitor Gafaggi e desenhada por Lu Gafaggi. Ainda não há data para o lançamento oficial de Laços, porém conseguimos algumas informçaões no site O Grito (http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/blog/2013/02/20/turma-da-monica-lacos-e-a-segunda-graphic-novel-com-personagens-criados-por-mauricio-de-sousa/):

"O livro terá 80 pági­nas, for­mato 17x26cm e chega às ban­cas, livra­rias e comic-shops em duas ver­sões: capa-dura por R$ 29,90 e car­to­nada por R$ 19,90. A his­tó­ria mos­trará o sumiço do Floquinho e, para encon­trar seu cachorro de esti­ma­ção, Cebolinha conta com os ami­gos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano “infalível”."

           Contudo o lançamento deve estar próximmo pois foram divulgadas no perfil do facebook da Turma da Mônica fotos de vários quadros, ao que parece já finalizados, bem como a capa da GN. Enquanto aguardamos o lançamento vamos tirar o gosto com as fotos e aumentar nossas expectativas.

Capa de Laços segunda Graphic Novel do selo Graphic MSP




O tom dramático de Victim of Love



Em 2011 Bruno havia compartilhado em minha caixa de mensagem do facebook um link de um site que listava os 10 melhores álbuns de músicos gringos daquele ano. Entre eles estava No Time For Dreaming, álbum de estreia do black soul brother Charles Bradley, lançado pelo selo Dunham Records. Gosto de soul e funk desde a adolescência, quando na casa dos meus pais ouvi pela primeira vez uma coletânea de músicas do James Brown. Foi o suficiente para me colocar no caminho destes gêneros musicais e me tornar um fã incondicional do Godfather of soul. De lá pra cá passei a pesquisar sobre artistas e bandas dedicadas à black music. Sly and the Family Stone, Marvin Gaye, Gerson King Combo, Nina Simone, Areta Franklin e depois já morando em Salvador, Funkadelic, George Clinton, Mandril, Parliament, Miguel de Deus, União Black, Di Melo, foram ícones da black music com os quais me deparei ao longo de 20 anos, porém, até então não ouvira uma única palavra sobre Charles Bradley. O que era surpreendente, pois o som do cara é incrível! Inclusive havia pensado que se tratava de um cara jovem e acabei me surpreendendo ao saber que o sujeito completara 62 anos em 2011.
            O caso de Bradley é inusitado, basta ouvir o álbum para atestar a qualidade das faixas e a intensidade do som, sem falar na voz do cara! O timbre grave, às vezes rouco da voz de Bradley, somado ao swing garantido pelos instrumentistas certamente dão identidade à esse novo ícone da black music. Daí seu caráter inusitado, possuindo tantas qualidades, porque apenas aos 62 anos Charles Bradley lança seu primeiro álbum? Taí uma boa pauta investigativa para quem ouvir e gostar da música do americano. Curiosidades a parte, vale lembrar que o segundo álbum já foi lançado. Victim of love certamente estará na lista dos 10 melhores álbuns de 2013. Se o novo álbum não superou o segundo é certo que também nada fica devendo a seu predecessor, digamos que o nível se manteve.
Se há uma diferença entre os álbuns, arrisco dizer que Victim of love acentua mais os elementos do soul, apostando nas baladas. O título do álbum inclusive vem da balada Victim of Love, que traz algo incomum em discos de black music, refiro-me ao uso da dobradinha voz e violão. O forte apelo dramático da melodia desta música se deve muito a forma como Bradley explora o uso da sua voz sobre a base feita pelo violão que se completa com as entradas das backing vocals, que enfatizam a dramaticidade da música. Não é a toa que Victim of Love foi a música escolhida para intitular o álbum. Já No Time for Dreaming, mesmo que de levinho, adota um ritmo mais funkeado, talvez mais dançante seja a melhor expressão para definir esse álbum. Da mesma forma como acontece com Victim of Love, em No Time for Dreaming o título do álbum é dado por causa da música que expressa a tônica dançante do álbum. 
Abaixo o link para download de Victim of Love (2013), segundo álbum do black soul broder americano Charles Bradley.

           

A Fonte Nova ainda é do povo?


                  A edição desta segunda feira, 08 de abril, do jornal A Tarde trouxe um caderno extra, o A Tarde Esporte Clube com uma cobertura completa do BAVI que inaugurou a Itaivapa Arena Fonte Nova. A primeira página do caderno foi estampada com imagens que destacavam a goleada imposta pelo Vitória ao arquirrival Bahia com a manchete Festa e Goleada, título do artigo sobre a inauguração da arena escrito pelo jornalista Marcio Menezes. A primeira frase escrita pelo jornalista “A Fonte Nova é do povo e sempre será.” está muito afastada da realidade, primeiro porque não existe mais Fonte Nova, cujo nome era, todos sabem, Estádio Octávio Mangabeira; segundo porque o Estado da Bahia não é mais o responsável pela administração da arena.



            A estrutura construída sobre os escombros da Fonte Nova, não recebeu seu antigo nome, Estádio Octávio Mangabeira, claro, não se trata do mesmo estádio, o que temos hoje diante do Dique do Tororó, chama-se Itaivapa Arena Fonte Nova. Alguns podem pensar que não passa de um nome diferente para a mesma coisa e é certamente essa impressão que o governo do estado e os novos proprietários do que era a Fonte Nova querem que pensemos. Por isso vemos circular na grande mídia a referência ao novo estádio como “A Nova Fonte Nova”, pois dá a impressão de que as coisas serão como antes, só que tendo uma Fonte Nova restaurada, novinha em folha.
A mudança de nome é algo que parece irrelevante, pois o que importa como se chama o estádio, interessa é que esteja em condições de receber jogos dos times da cidade e claro, das copas do mundo e das confederações. A mudança de nome expressa a mudança de interesses, pois sobre administração do governo estadual, buscava-se atender os interesses dos cidadãos, pois os impostos pagos pelos mesmos é que garantia o funcionamento do estádio. A Itaipava Arena Fonte Nova, sendo propriedade privada, passa a atender o interesse do grupo que a administra e seus patrocinadores, ou seja, os interesses do consórcio Odebrecht/ OASN e da sua parceira, a ITAIPAVA. Isso mesmo meus caros, a Fonte Nova foi privatizada e o novo proprietário é o consórcio Odebrecht/ OASN, que no dia 28 de março assinou contrato com a cervejaria Itaipava, que além de ter exclusividade na venda de seus produtos no interior do estádio, terá sua marca compondo o nome deste.   
O irônico nessa história toda é que a construção da Itaipava Arena Fonte Nova foi realizada por uma parceria público/privada, o que significa que nós patrocinamos a construção do estádio. De acordo com notícia publicada no site do Ibahia (http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/arena-fonte-nova-tem-custo-de-quase-r-100-milhoes-acima-do-previsto/?cHash=68189d00040d5741be623af77f353dd2) o custo inicial do estádio que era de R$ 591,7 milhões passou para R$ 689,4 milhões, sendo que deste montante, R$ 373,6 milhões, ou seja, mais da metade, vêm dos cofres públicos. Como também investimos na construção do estádio, deveríamos ter nossos interesses atendidos, contudo não é o que acontece, os preços dos ingressos, a venda de produtos dentro e nos arredores do estádio serão decididos de acordo com os interesses do consórcio Odebrecht/ OASN e da ITAIPAVA. Significa que o e governo do estado não pode interferir, ou seja, não podem criar projetos como o Sua Nota é Um Show que permitia a troca de cupons fiscais por ingressos dos jogos do campeonato baiano. 
Lesados mais uma vez e ainda por cima gratos por termos recebido um novo palco para o futebol, em completo acordo com os altos padrões da FIFA! Vamos ficar felizes, pois temos em Salvador um estádio tão bom quanto os estados europeus! Lamentemos apenas o fato disso não significar também sermos agraciados com transporte público, educação, saúde, dentre outros serviços que fazem parte do direito de todo cidadão, equiparados aos padrões europeus. A partir de agora o que menos importa na Itaipava Arena Fonte Nova é o futebol, interessa o lucro; assim como o que menos importa são os torcedores, interessam os consumidores. Portanto meu caro Marcio Menezes, a Fonte Nova não é mais do povo, mas dos grandes negócios, e daqueles consumidores que poderão pagar po isso.